“Penso que o nosso pessoal gostaria de ir a Espanha fazer a travessia da Cueva de Valporquero. Estive lá com o NEUA no ano passado e creio que seria uma experiência muito interessante para o nosso grupo.”
Com esta frase simples e direta o Nuno Farinha conseguiu entusiasmar os espeleólogos mais ativos do CEAE a arriscarem este salto para um novo tipo de atividades.
Esta foi a primeira aventura “lá fora” e pelo seu interesse deu início a uma espécie de tradição interna, “A visita anual à Cueva Valporquero”. A localização da gruta na Cordilheira Cantábrica, um dos paraísos espeleológicos da Europa, foi a abertura para, passado algum tempo, se começar a integrar nas nossas deslocações outras atividade em importantes travessias na região.
Consideramos como o nosso batismo internacional o momento em que cada um passou o sifão do M na Cueva de Valporquero a 28 de Abril de 1996. A realização anual desta travessia mantém a tradição para os novos espeleólogos que após algum tempo de atividade no CEAE se iniciam também, desta forma, nas lides internacionais.
Foto nº 1 - Passagem em apneia do sifão do M (Pia baptismal psicológica)
Estiveram presentes na primeira experiência em Espanha 16 espeleólogos: Equipagem - Nuno Farinha e 4 ”sherpas”, Material - Raul Pedro e 5 “pés de chumbo”, Desequipagem - João Joanaz e 4 “sherpas”.
Abriu-se a porta à grande aventura: Espanha, França, Áustria, Angola, Índia, o mundo.
Fig. Nº 1 - Primeira página do texto de Nuno Farinha
Hoje, a organização informatizada deste tipo de atividades pode ter provocado não a perda mas, com o continuar dos anos, o olvidar de alguma parte do historial do CEAE, “além fronteiras”.
Por altura desta expedição e, na ausência de possibilidades de divulgação e inscrição online, foi criado um tríptico informativo e de inscrição. Paralelamente, foi distribuído aos interessados um texto detalhado sobre a expedição com 11 páginas, da autoria de Nuno Farinha.
Fig. Nº 2 - Frente do tríptico
Fig. Nº 3 - Verso do tríptico
A Cueva Valporquero é constituída por duas partes. Uma bela cavidade turística que se desenvolve a partir de um monumental sumidouro e uma segunda parte exclusivamente visitada pelos espeleólogos que pode ter duas opções: descer e seguir a galeria do rio a partir da zona turística ou utilizar a entrada vertical pela Sima de las Perlas até ao mesmo rio que se apanha cerca de 200m mais à frente.
Foto nº 2 – Entrada turística pelo sumidouro
Fig. Nº 4 - Perfil total da cavidade (pág. Nº 8)
A entrada pela Sima de las Perlas com cerca de 120m de desnível permite o acesso ao rio de forma independente. A exploração por esta entrada proporciona a visita de quase metade da cavidade.
Foto nº 3 - Entrada pela Sima de las Perlas
Foto nº 4 – O grande gour na pequena sala de passagem para a segunda sequência dos poços
Fotos nº 5 e 6 - Rio subterrâneo na sala de las Perlas e 2ª cascata exterior.
Foto nº7 - Acabou. Já estou no rio
A COVONA Troço final da ribeira de Valporquero, a céu aberto e após ressurgência. Faz-se em canyoning continuando a descer ao longo de duas cascatas de 30 metros cada, e quase consecutivas. Segue-se um caminho que bordeja este ribeiro, agora a céu aberto até ao rio Torío, que é preciso atravessar para se chegar à estrada (foto tirada da estrada no fim do Outono). |
Veja um filme da travessia efectuada em Maio de 2014, aqui.